Quem sou eu

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São Paulo, São PAulo
Sou ex-coordenadora Pedagógica,hoje sou professora de Desenvolvimento Infantil da prefeitura de São Paulo, formada em Pedagogia e em Artes Plásticas, tenho 25 anos, tenho uma deficiência Visual e faço parte das pessoas que acreditam que só com uma boa educação podemos mudar o mundo e a nossa condição social, pois o ensino liberta, é capaz de formar opiniões, quebrar paradigmas e construir um mundo melhor

quinta-feira, 27 de maio de 2010

leitura no berçário




Que leitura é essa?


Importância da leitura no berçário

•Cuidado afetivo
•Construção da identidade
•Interação com os livros e através dos livros
•Desenvolver gosto pela leitura
•Desenvolvimento da imaginação
•Acesso às histórias como patrimônio cultural
•Acesso a cultura letrada

Orientações para os professores de berçário
Ambiente enquanto espaço e relações


• Criar clima para a história
• A criança “segue” o professor, que é modelo de relação que estabelece com o objeto livro e com a leitura.

• A roda de história
1. Um lê e outro apóia – respeitar quem está lendo, também serve de modelo, chama a atenção, dá colo.
2. Como apresentar o livro
3. Como segurar o livro
4. Revezar leitura e conto como estratégia
5.Conversa a partir das histórias

• Acesso aos livros e autonomia

Condições para um bom trabalho

1. Critérios de seleção

• Qualidade do texto
O texto deve apresentar um bom trabalho de linguagem, coesão interna e organicidade, evite obras, cujo caráter utilitário que enfatize visões diretiva e inquestionável de mundo e de moral.
• Diversidade:
Procure diversificar os temas e linguagens (prosa, poesia, Cartum, livro sem texto, crônicas, conto de fadas).A oferta de obras com características bem diversas abre possibilidade de uma maior identificação do leitor com os livros, atendendo as diferenças individuais.
• Adequação das obras á faixa etária:
Fique atenta ao tratamento gráfico dado a obra (encadernação, tamanho do livro, tipo de letra), a temática e a extensão da narrativa. Com relação á extensão das narrativas, é importante salientar que os livros com texto podem ser breves ou relativamente longos, porém, desde que sempre acessível à criança que ainda não teve oportunidade de maior contato com materiais escritos. A simplicidade de um texto, no entanto, não deve desvirtuar-lhe sempre acessível à criança que ainda não teve oportunidade de maior contato com materiais escritos. A simplicidade de um texto, no entanto, não deve desvirtuar-lhe a natureza, transformando-o em uma sucessão de frases soltas e sem significados, tal qual uma cartilha.
• Ilustração:
Nesta faixa etária as gravuras é que irão, de inicio, exercer maior atração sobre a criança.

2. Regularidade
É interessante garantir na rotina um momento para leitura ou narração de histórias

3.Criar um ritual
Uma música, um local . No caso do BI optamos por sentar sempre sobre o tapete vermelho, após um período já podemos utilizar outros espaços

domingo, 16 de maio de 2010

trabalhos em EVA



Minhas Fofuchas








Mensagem

PROJETO: BRINCANDO COM AS CORES






Objetivos Gerais:

*Ampliar o conhecimento de mundo.

*Explorar os diferentes objetos e materiais gráficos, plásticos, etc, descobrindo novas formas de manuseio, percebendo características, efeitos e propriedades diversas.

*Interessar-se pelas próprias produções, pelas de outras crianças e pelas diversas obras artísticas (regionais nacionais ou internacionais, com as quais entrem em contato).

*Contato e Produção de trabalhos de arte que privilegiam diferentes linguagens expressivas como as do desenho, na modelagem, da pintura e da construção.

*Desenvolver o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo de reprodução e criação.

Objetivos especifico

Propiciar a criança à visualização, exploração, contato e manuseio de diversos objetos que compõem o universo e às cores, possibilitando a criança identificá-las.

Conteúdos

-Exploração da expressão e da comunicação por meio de práticas artísticas, propiciando o desenvolvimento e a criação pessoal.

-Percepções visuais dos objetos, cor, forma, material, visando desenvolver a capacidade interpretação desse objeto (obra de arte) e identificação, de seus produtores através, de características comuns.

Procedimentos Metodologicos

1ª Parte:

- Observar em todo a escola, interno e externo, a diversidade de cores e qual a que se destaca mais, e as crianças mais gostam; (as roupas das caças, etc.);

-Ouvir a música Arco íris (Xuxa), acompanhando o ritmo com o material da bandinha;

-Registrar por meio de desenho, o que mais chamou a atenção da criança na música;

-Folhar revistas e observar o que mais lhes chama a atenção;

-Confeccionar mural com figuras escolhidas pelas crianças;

- fazer uma salada de frutas.

-Fazer uma salada de frutas junto com as crianças e usar as cores trabalhadas;

-Levar, as crianças a observar as cores de tinta que temos e perguntar como fazer para ter mais cores, usando apenas as que temos;

-Deixar a criança misturar as cores de tinta a seu critério e observar as cores novas que descobriu;
-Falar as crianças, sobre o arco-íres se sabem o que é quem já viu;
-Fazer massa de modelar nas cores do arco-íres;

-Confeccionar um arco-íres com as crianças e pedir ou convidar os pais para ajudar.

2ª Parte:

-Conversar com as crianças sobre as cores da natureza e seres vivos (peixes, mar e conchinhas).

-Organizar um aquário na sala com um peixinho;

-Escolher um nome para o peixinho;

-Explicar as crianças quais os cuidados que devemos ter com peixinho e como proceder;

-Dividir a tarefa de cuidar do peixinho com as crianças;

-Criar dia da visita do peixinho;

-Explicar aos pais, o objetivo da atividade e solicitar autorização para que a criança leve o peixinho para passar uma noite em sua casa ou um fim de semana;

-Realizar um sorteio em sala e colocar em um cartaz, o roteiro do peixinho, para que as crianças possam saber quando será sua vez de levá-lo para casa.

3ª Parte:

-Ouvir a música "Aquarela".
-Reproduzi-la, e organizar painel em seqüência.

-Organizar turmas para:
-Uma para dramatizar á música.
-Outra para confecção do material a ser utilizado.
-Outra para acompanhar a dramatização com a bandinha.

4ª Parte:

-Escolher com as crianças uma obra de um pintor famoso e observá-la.

-Criar com a ajuda dos pais um ambiente apropriado para pintura com cavaletes e avental, tintas, pinceis, etc.

-Incentivar a criança a reproduzir parcial ou total a obra;
-Realizar exposição das obras produzidas.

Exemplos de Atividades semanais para bebês




Segunda

Folhear livros (capa dura/plástico ou pano) e revistas
Ouvir pequenas histórias (livros e gravuras)
Música com gestos
Brincar com a língua, barulhos, repetição de sílabas/onomatopéias
Trabalhar com os sentidos: visão (esconder e encontrar objetos)
Uso do espelho: ver a si e ao outro(d) Trabalhar quantidade: muito/pouco, cheio/vazio, mais/menos

Terça

Tinta caseira
Cartões de linguagem
Música com gestos
Trabalhar com os sentidos: Tato (textura, peso, temperatura)
Trabalhar com semelhanças e diferenças
Comparar objetos quanto a forma, tamanho e cor
Dobrar e amassar papéis (modificar formas dos objetos)

Quarta

Rasgar e amassar papéis (texturas variadas)
Observar fotos e revistas (identificar objetos, pessoas e lugares)
Música com gestos
Trabalhar com os sentidos: Olfato
Trabalhar partes do corpo
Separar objetos em caixas/classificação (ajudar a arrumar)
Realizar ativ. que explorem: perto/longe (c/ o corpo, gravuras, fotos)

Quinta

Brincar com sucata
História com fantoches
Música com gestos
Trabalhar com os sentidos: Audição (sons prodizidos com objetos e o corpo)
Jogos de encaixe
Guardar objetos em diferentes tamanhos de caixas
Realizar ativ. que explorem: junto/separado (c/ o corpo, gravuras, fotos)

Sexta

Massinha caseira
Cartões de linguagem
Fazer ruídos com a boca (beijo, som do índio, estalar língua...)
Música com gestos
Trabalhar com os sentidos: (paladar)
Brincar de faz de conta: panelinha, carrinho, boneca, telefone...)
Empilhar objetos (até 3 objetos)
Realizar atividades que explorem: por cima/por baixo (c/ o corpo, gravuras, fotos)

A importância do brinquedo




O que é o brinquedo

Ao se iniciar na brincadeira a criança pode estar em busca de auto-realização ou procurando expressar-se de uma forma mais amena, mais livre. Assim, a brincadeira pode ser um cadinho cultural que sirva tanto para revelar o indivíduo através de dramatizações, música etc., como para a criança promover uma interação com as demais, incentivando-a a se posicionar, tomando decisões.
A proposta inerente ao brinquedo é o da descoberta, da experimentação, da reinvenção. A criança, em contato com o brinquedo, desenvolva a imaginação, mas também desenvolve a capacidade de análise, de comparação, de criação. Desenvolve, em paralelo, habilidades e enriquece seu mundo interior; a leva a participar do mundo real.
O brinquedo, em sua singeleza, é capaz de prover de recursos para a vida à criança que se transforma em cidadão e necessita de um processamento mais ordenado para seu desenvolvimento. A realidade áspera do mundo dos adultos deve ser mitigada para o universo infantil. O brinquedo cumpre esta tarefa.
É através do processo de experimentação que o mundo social será introduzido gradativamente nas relações infantis, tendo os brinquedos e jogos papel relevante a cumprir nesta tarefa. A sociabilização se faz completa quando pode a criança experimentar no jogo e no brinquedo suas reações, aprendendo a se conhecer.
Vygotsky e Leontiev (1988) entendem que as atividades lúdicas não se ligam unicamente ao prazer, pois a imaginação e as regras são características que servem para definir a brincadeira, mesmo que a lógica estabelecida pela situação do jogo não seja formal.

A criança deverá ser capaz de conhecer e resolver os problemas impostos pela vida, justamente, por já ter experimentado o conhecimento e solução de problemas, seja criando regras, seja invertendo mandos e poderes durante o brinquedo ou o jogo. A atividade lúdico-educativa deve privilegiar o desenvolvimento holístico da criança que a permita ingressar satisfatoriamente no mundo dos adultos.
Leontiev entende que na atividade lúdica a criança desenvolve sua habilidade de sujeitar-se a certas regras, pois, "dominar as regras significa dominar seu próprio comportamento, aprendendo a controlá-lo, aprendendo a subordiná-lo a um propósito definido" (1988: 139).
História do brinquedo
As brincadeiras sempre estiveram presentes na vida das crianças. Desde as épocas mais antigas elas brincam, procurando decifrar o mundo através de brincadeiras de faz de conta, jogos com bolas, arcos, rodas e bonecas.
Assim, diferentes povos ao longo da história da humanidade, deixaram registrados em murais, desenhos, esculturas e pinturas aspectos variados da vida cotidiana onde a presença dos jogos, brinquedos e brincadeiras são elementos que geralmente caracterizam como crianças os indivíduos ali representados.
Entre os egípcios, os gregos, os romanos, os maias, e os indígenas os jogos aparecem como partes de um ritual e como de meio da geração mais adulta transmitir aos mais jovens seus conhecimentos físicos, sociais, culturais e espirituais.
O estudo sobre a importância e influência da ludicidade sobre a aprendizagem já data de algum tempo atrás. Em 1984, Benjamim realizou uma série de importantes reflexões acerca do lúdico em seu aspecto cultural; entendendo que o brinquedo e o ato de brincar servem para relacionar o adulto em confronto com o mundo da criança.
Os estudos de Benjamim andaram pela história cultural dos brinquedos, procurando verificar sua evolução e presença junto à humanidade desde os tempos primeiros da civilização, quando eram totalmente artesanais, até o século XIX, quando, em decorrência da evolução industrial sofrida pelo mundo ocidental, passaram a ser industrializados.
Johan Huizinga (1990), filósofo holandês, vê o homem evolutivamente ultrapassando os conceitos de saber, fazer e brincar. Para ele a "criança joga e brinca dentro da mais perfeita seriedade que a justo título podemos considerar sagrada. Mas sabe perfeitamente que o que está fazendo é um jogo".
O mesmo autor define o jogo como "uma função da vida,... é uma atividade voluntária e a primeira das características fundamentais do jogo é o fato de ser livre, de ser ele próprio liberdade" (HUIZINGA: 1990, 47).
Ao final dos novecentos, os brinquedos tornaram-se maiores por causa do próprio processo industrial afastando-se do mundo infantil e nada mais sendo do que um objeto do adulto para a criança. Com essa sofisticação, os brinquedos perderam sua simplicidade e já não mais serviam, para esse autor, para unir mães e filhos.
Devido ao caráter simbólico dos brinquedos, pois muitos são derivados de objetos religiosos, posteriormente dessacralizados, foram uma imposição feita pelos adultos que as crianças adaptaram a sua própria maneira de ser na brincadeira.
A história da evolução cultural dos brinquedos mostra que eles exercem grande fascínio sobre as crianças, mesmo os feitos originariamente de sucata dos adultos, que são redimensionados pelo mundo imagístico infantil, que lhes dá novo rumo e finalidade.
O encantamento do brinquedo não está na sua aparência de luxo ou no requinte tecnológico que possa exercer sobre os infantes, mas pelas diversas possibilidades de utilização, de motivar brincadeiras e de interagir com elas. Uma bola não é apenas um objeto de jogo, mas uma parceira em variados momentos da vida da criança, podendo ser objeto de estudo e análise, se devidamente manipulada.
Benjamim acreditava que a criança, devido a seu exercício lúdico de imaginação, muito se aproximava do mundo do artista, do colecionador etc. Antes de tudo, não é o conteúdo imaginário do brinquedo o determinador das brincadeiras infantis, e sim a criança.

O brinquedo e o desenvolvimento infantil

O brinquedo apresenta a propriedade de construir o mundo, permitindo sua expressão quando há dificuldade em verbalizar suas dificuldades. Sua escolha é motivada pôr processos e desejos íntimos, pelos seus problemas e ansiedades. É brincando que a criança aprende que, quando perde no jogo, o mundo não se acaba.
Na confecção de um jogo, por exemplo, que envolva reproduções de
obras de arte há escolhas desta ordem, devendo-se levar em conta aspectos do conteúdo da linguagem plástica para estarem sendo introduzidos às crianças e considera-se elementos da compreensão infantil para que juntos permitam a apropriação do conhecimento (DIAS,1996: 13).
Vygotsky (1984: 34) definiu o brinquedo como sendo uma atividade que não proporciona experiências tão agradáveis como outras; entretanto, do ponto de vista psicológico apresenta papel fundamental.
Ao se compartilhar das idéias de Vygotsky, entender-se-á que a facilidade ou a dificuldade de criar jogos, brincadeiras, dispor de expressividade corporal em situações lúdicas provém da cultura corporal de cada um, o que significa considerar a pré-história dos praticantes.

O papel do brinquedo na escola

A atividade de brincar proporciona uma possibilidade de se aprender pragmaticamente as relações do indivíduo com realidade social, seja através de atividades dinâmicas ou desafiadoras que exijam uma participação realmente ativa da criança para deslinde de todas as situações apresentadas, além de sua adequação ao mundo exterior, ao outro.
Brincar é a linguagem natural da criança, e a mais importante delas. Em todas as culturas e momentos históricos as crianças brincam (mesmo contra a vontade dos adultos). Todos os mamíferos, por serem os animais no topo da escala evolutiva, brincam, demonstrando a sua inteligência.
Entretanto, há instituições de Educação Infantil onde o brincar é visto como um "mal necessário", oferecido apenas por que as crianças insistem em fazê-lo, ou utilizado como "tapa-buraco" (para que o professor tenha tempo de descansar ou arrumar a sala de aula).
A brincadeira é uma atividade essencial na Educação Infantil, onde a criança pode expressar suas idéias, sentimentos e conflitos, mostrando ao educador e aos seus colegas como é o seu mundo, o seu dia-a-dia.
A brincadeira é, para a criança, a mais valiosa oportunidade de aprender a conviver com pessoas muito diferentes entre si; de compartilhar idéias, regras, objetos e brinquedos, superando progressivamente o seu egocentrismo característico; de solucionar os conflitos que surgem, tornando-se autônoma; de experimentar papéis, desenvolvendo as bases da sua personalidade.
Cabe ao professor fomentar as brincadeiras, que podem ser de diversos tipos. Ele pode fornecer espelhos, pinturas de rosto, fantasias, máscaras e sucatas para os brinquedos de faz-de-conta: casinha, médico, escolinha, polícia-e-ladrão, etc.
O professor ainda pode pesquisar, propor e resgatar jogos de regra e jogos tradicionais: queimada, amarelinha, futebol, pique-pega, etc.; confeccionar vários brinquedos tradicionais com as crianças, ensinando a reciclar o que seria lixo, e despertando o prazer de confeccionar o próprio brinquedo: bola de meia, peteca, pião, carrinhos, fantoches, bonecas, etc.

Considerações finais


Um brinquedo que pretenda atender às necessidades educativas e prazerosas de uma criança deve estar voltado para determinados fatores que contribuem para que as necessidades infantis sejam convenientemente atendidas. Esses fatores são: interesse, adequação, apelo à imaginação, versatilidade, composição, cor e forma, tamanho, durabilidade e segurança.
Todos esses aspectos são extremamente importantes na escolha do brinquedo; contudo não é demais ressaltar o valor que o interesse desperta na criança para sua escolha. Tanto é assim que o objeto prazeroso nem sempre está associado à beleza aparente ou sua sofisticação.
O interesse a ser despertado na criança é que vai determinar ser o brinquedo bom ou ruim. O brinquedo considerado bom ou adequado para a criança é aquele que, implicitamente, a convida a brincar; desafia seu raciocínio; estimula sua atenção e curiosidade; desperta a sua percepção.
Um brinquedo torna-se atraente para a criança quando representa um objeto de afeto, uma posição de status perante as demais crianças, sensação de segurança, quando atendem a sua hiperatividade. Ainda despertam o interesse da criança brinquedos que sirvam de ponte entre ela e uma situação difícil.
O interesse da criança ainda pode ser despertado por ter o brinquedo atendido a uma determinada carência ou a uma fantasia; ainda por ser um desafio a uma habilidade específica.

Mordidas no berçário




Ai, não morde que eu não sou pizza!!!
A Mordida na educação infantil


Nos primeiros anos de vida, o principal contato da criança com o mundo exterior, acontece na forma oral, no primeiro ano, o ato de sugar o seio que é fonte de alimento e prazer, é também uma forma de interagir com o mundo (choro/balbucio), mesmo após os primeiros aprendizados da língua oral, a criança continua usando a boca, como forma de explorar e descobrir o mundo. Este ato, se relaciona à fonte de libido, mas não está relacionada ao libido de forma erótica, mas sim como prazer e exploração do mundo, quando morde, a criança não busca provocar a dor intencionalmente, embora o ato de morder seja prazeroso, ela está apenas explorando o meio, seus limites e o outro. Sigmund Freud (1856-1939), diz que a criança experimenta o mundo (e o outro) através da forma oral, para ele, o prazer de morder está relacionado com o uso do instrumento que a criança melhor domina, a boca. Com isso, a boca vai ganhando novas funções, da nutrição, vem o choro, para expressar e conseguir mais rapidamente, a atenção que deseja, após os balbucios e as primeiras palavras, a mordida vem como uma forma rápida de manifestar o que deseja.
Não há educador que não tenha vivenciado esta fase, pois embora cause estranheza e medo aos pais e seja um estresse na rotina diária do professor, este comportamento não é anormal e encontra suas justificativas, dentro das características do desenvolvimento infantil.
Segundo D’Andrea, a fase oral é dividida em duas etapas, a de sucção e a de mordida.
Na fase da mordida “há uma tendência a destruir, morder, triturar o objeto antes de incorporá-lo”. Essa fase é dividida em duas características principais, sendo oral receptiva, quando o sujeito não passa por privações, tornando-se uma pessoa muito generosa e oral agressiva que aparece uma “tendência a odiar e destruir, a ter ciúmes da atenção que outros recebem, a nunca estar satisfeito com o que tem e a desejar que os outros não tenham algumas coisas, mesmo que não as queira para si”.

QUANDO A MORDIDA É NORMAL E QUANDO DEIXA DE SER?

Henri Wallon (1879-1962), diz que a criança está testando os limites do próprio corpo, formando sua personalidade individual, quando morde, ela está elaborando seu “eu corporal”, ou seja, descobrindo onde acaba seu próprio corpo e onde começa o do outro.
Até os quatro anos, a mordida é considerada normal, como forma de expressar-se e até lidar com frustrações, crianças em adaptação na escola ou crianças ciumentas que recebem um coleguinha novo, podem morder para expressar sentimentos. A criança ainda não consegue verbalizar seus anseios como, “estou com ciúmes” ou “quero ir para casa”, pode fazer uso da mordida para expressar seus medos.
Crianças sensíveis a frustração, quando contrariadas por um colega, durante uma disputa por brinquedo ou a recusa do educador a permitir que faça algo, podem morder como forma de expressar raiva.
Após os 3 anos, quando a criança já é capaz de expressar oralmente o que sente e já entende com clareza que morder provoca dor e machuca, é preciso buscar uma ajuda especializada, como forma de controlar este comportamento, caso ele persista.
Ao identificar qual a razão que leva a criança a morder, cabe ao educador interferir, buscando sanar o problema, seja dando atenção e um colinho para quem mais precisa, seja negociando brinquedos e intermediando disputas.

E COMO AGIR?

Seja firme, diga que não foi legal, que o amigo agora está sofrendo e chorando, pois morder machuca. Não estenda o “sermão”, seja breve;
Leve a criança que mordeu, para prestar atendimento ao colega que foi vítima, durante este momento, chame a atenção para o fato do colega estar chateado e com dor;
Algumas crianças que mordem mais frequentemente, devem permanecer sempre próximas ao educador, para que o mesmo possa interferir de forma rápida, evitando novas investidas;
Explique que na boca, mastigamos pizza, bolo, arroz, feijão, que o colega não é comida, é amigo e devemos acariciar;
Elogie bastante, a cada demonstração de carinho e verbalizações orais;
Converse com os pais, explique como aconteceu, fique mais atenta para que não se repita, mas não deixe de orientar que esta ação faz parte do desenvolvimento infantil;
Avise aos pais da criança que mordeu sobre o fato e comunique os familiares da criança que foi mordida, mas jamais, divulgue o nome da criança que mordeu, para evitar a criação de rótulos e até o mal estar entre as famílias;
Em alguns casos, pais de crianças que mordem, costumam brincar usando a boca e até dando pequenas mordiscadas na criança, explique que o filho pode estar repetindo o gesto, mas por não ter noção da sua força, acaba passando dos limites;
Tome bastante cuidado, pois mordida “pega”, muitas vezes, os familiares da criança mordida ficam tão indignados, que chegam a recomendar que a criança faça igual ou mesmo, a própria criança pode achar que esta é uma forma eficaz de resolver seus conflitos;
Lembre-se: O isolamento não ensina, pois só a convivência vai educar. Separe a criança do grupo somente quando precisar prestar atenção em outras coisas como preencher uma agenda ou trocar uma criança, no restante do tempo “olho vivo e pernas rápidas”;
Aprenda a identificar o contexto no qual a criança costuma reagir mordendo, desta forma, antecipe-se e fique junto, mediando a relação e orientando a criança a agir de forma correta;
Não permita que a criança usufrua do brinquedo ou do colinho, que conquistou na base da mordida, estimule também, o pedido de desculpas;
Se você vai fazer uso de alguma medida punitiva como afastar a criança do grupo por alguns instantes, antes combine e previna a criança;
Não deixe que criem rótulos como nesta turminha tem "tubarão", ou fulano é um mordedor, oriente os pais com segurança e informe-os sobre as características do desenvolvimento infantil. Antecipe-se ao problema.

Querida Profe, embora estressante e bastante tumultuada, esta fase é passageira, a criança quando bem amparada e orientada, aprende a se relacionar da forma correta. Não esqueça que tudo na vida dos pequenos é constante aprendizado. Se conduzirmos de forma firme, mas afetiva, estes comportamentos se transformam em uma relação saudável. Leia bastante sobre as características da sua faixa etária e observe o seu grupo de crianças, investigando a ação das crianças e seu comportamento diante de algumas situações do cotidiano, é possível antecipar a reação dos pequenos, evitando este confronto mais direto.